miércoles, 27 de julio de 2011

No Coração da Tranqulidade - escrito em 1985



Na luminosidade dos espaços que percorremos
mora o Sentido dos espaços que percorremos.


Uma vez passados os últimos bosques e as últimas sarças, 
as paisagens são imensas e fogem sempre para longe.
 

Poder-se-ia crer que o Norte se excluía para o Alto, 
que a Terra abandonava ali a sua Missão de se desenvolver continuamente no serviço à Estrela
se não se descobrissem vastos caminhos perdidos
perdidos  pelo homem adormecido . . .


São caminhos diferentes dos caminhos, 
porque estão no Interior dos caminhos, são caminhos que conduzem a . . .

terras mais claras,
tribos doces,
completamente desconhecidas . . .

os habitantes violeta e azul dos desertos do Espanto ...
Os habitantes das Cidades Ocultas . . .


Antes de Lá chegar
ainda se pode ver
nas terras que antecedem esse Éden
os triângulos de pássaros selvagens migrando
O céu que se mancha de púrpura anoitecendo
e o pato bravo e o cisne assim como o pequeno pato de pescoço azul e verde,
deslizando sobre a superfície do Ser do Monte Sagrado . . .
vivendo sobre os espelhos dos Grandes Lagos.


Antes de lá chegar
tudo parece normal
bio - temperado,
eco - fluente.


Os pássaros partem antes do gelo para destinos longínquos
mas nunca deixam de voltar quando o Sol brilha de novo
e, nos prados, as ribeiras retomam o seu curso.

Voltam sempre ao sítio onde nasceram
para que uma vida nova rebente.


Estes pássaros . . .
Os gansos selvagens canadianos

sabem que existem Cidades Ocultas no seu habitat.
Outras humanidades, outros Olhos
sob a aparência da paisagem . . .

E quando regressam também o fazem, por isso. . . .

Os pássaros conhecem esse habitantes leves
e os seus Luminosos Corações de Transporte . . .

Os Corações sem solidão, ali no coração da solidão . . .
Disseste Monte Shasta ?

Os pássaros sabem. Cada tudo é absolutamente tranquilo.

Andre louro 1985

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