Antigamente, aquilo a que se chamava Iniciações, era algo que acontecia de uma forma diacrónica. A primeira Iniciação antecedia a segunda Iniciação; a segunda Iniciação antecedia a terceira Iniciação; e, assim, sucessivamente. Hoje, já não é assim. Actualmente, a preparação para as Iniciações e as Iniciações podem dar-se em simultâneo. Isto é, um ser pode estar a receber a primeira, a segunda e aspectos da terceira Iniciação ao mesmo tempo. Um ser pode viver aspectos da segunda e da terceira Iniciação simultaneamente. O que é que isto significa? Isto significa que um ser pode estar a nascer, a ser baptizado e a ser transfigurado, tudo ao mesmo tempo!
Recapitulando as Iniciações: Aquilo a que se chama a primeira Iniciação, o Nascimento, o Filho na Gruta de Belém, 25 de Dezembro..., aquilo a que se chama a primeira Iniciação, é quando tu sentes, pela primeira vez, que és vivido pela Vida. Que não és tu que vives, mas é a Vida que te atravessa! Em que tu te sentes expropriado da vida, sentes que não tens mais posse sobre a vida que te habita. Que a vida que te habita, que a vida que tu és, não te pertence. E, a parte consciente do ser, percebe que ele é vivido, que ele é respirado, que ele é atravessado, que ele é animado... É quando ele passa a ter, pela primeira vez, consciência de que é uma Alma! Consciência de que é Divino! Consciência de que a parte exterior nada sabe! Vida é esta pulsação dentro do ser! É tu sentires-te pulsado, vibrado, sem saberes como!... Isto é vida! O resto é coisa orgânica.
Nós estamos a falar de Vida! De tu sentires um Fogo no Centro do teu Ser, e este Fogo Sabe, e Vê, e Vibra, e Vai! Isto é Vida! Vida é o Fogo que vai! E o Fogo que sobe! Do qual nós somos instrumento! Certo. O Fogo Cósmico vestiu-se de homem. Pronto. O Fogo Cósmico vestiu-se de homem! Então, nós temos o Fogo Cósmico vestido de homem!... Mas é preciso um indivíduo não se impressionar muito com isto! É só o Fogo Cósmico vestido de homem!... Não és tu! Não és tu!... É o Fogo Cósmico vestido de homem!! É quando o indivíduo percebe, que ele é Fogo Cósmico, vestido de homem, que ele nasce. E, isto, chama-se a Primeira Iniciação! E afecta todo o físico-etérico. É quando o indivíduo percebe que ele é algo (nós estamos a ter cuidado em não adjectivar demais...), é quando tu és Isso, vestido de aquilo, então fala-se de Iniciação. Tu tens que aprender a ser Isso, não a ser aquilo. E isto faz-se por paixão! Por libertar a Luz e o Fogo de dentro de nós. Isto não é para uma elite... Isto é para todos os seres com capacidade para se apaixonarem! É para todos os que sabem o que é Paixão! Não é complicado. Desde que eu saiba o que é Paixão, eu sei o que é Iniciação... Simples! Se eu associo Iniciação à ideia de iluminação, subtracção, perca, sacrifício, anulação... aí, é outro registo: estamos no registo medieval... Eu preciso de perceber, que Iniciação, é quando eu elevo a Paixão ao mais Alto nível. Porque há uma Paixão alta - temos que falar um pouco geograficamente, se estamos a seguir os chakras. Assim como há uma paixão abaixo, há uma Paixão acima! O indivíduo só tem que redimensionar a ideia de paixão. Mais nada. Então, este indivíduo, que tem capacidade de se apaixonar e sabe o que é paixão intensa, tem capacidade de se Iniciar, de ser Iniciado. Porque, o amorfo não sabe disto. O puritano não sabe disto. O bloqueado nada sabe sobre estes assuntos. Só o homem de Fogo, o indivíduo que sabe o que é Paixão, é que pode alguma vez perceber o que é Iniciação. Estão completamente ligadas. Como?
Este Fogo que existe dentro de ti e, neste caso, o Fogo no tórax, não foi feito para ficar aprisionado. Porque nós temos Fogo em três pontos: no cóccix, no tórax, e no centro da cabeça. É aí que nós somos feitos de Fogo. Aí habitam Fogos. O Fogo da Mãe Divina habita o cóccix. O Fogo do Filho habita o tórax. O Fogo do Pai habita a região oculta, misteriosa, no interior do cérebro, ligada à pineal. Estes Fogos não foram feitos para ficarem aprisionados. Estes Fogos foram feitos para serem libertados. Mas, para serem libertados geometricamente, não para serem libertados de uma forma alienada. Eu preciso de ligar o cóccix ao coração, o coração ao centro da cabeça. Eu preciso de fazer este triângulo.
E feito este triângulo, regressamos a Santo Agostinho. Santo Agostinho dizia: Ama e faz o que quiseres! (Não é extraordinário, para um teólogo Católico?...) Ama e faz o que quiseres! Isto tem a chave da Paixão!
Eu necessito de me responsabilizar de que os meus Fogos são expressões de Amor! E são expressões de Vontade e de Inteligência! E são expressões de Intensidade! Sim! E é preciso ter consciência desta tripa realidade: Intensidade coccígea, Amor torácico e Vontade, no alto da cabeça. Senão, eu ando de roldão. Em vez de eu ser levado pelo vento, que não sabe de onde vem nem para onde vai, eu vivo de roldão, como os seixos debaixo da água com as marés. Que é onde a humanidade ainda se vai divertindo ultimamente. E este estado de ligar o cóccix ao Centro Oculto no tórax e à Vontade/Poder do Pai, este triângulo que nós estamos a aprender a fazer, liberta-te para a Paixão Profunda.
Então, este Amor que está dentro de ti, Ele não foi feito para ficar escondido. O Amor que vive dentro de ti, não foi feito para ficar escondido, para ficar guardado... O Amor que foi colocado em ti, Ele existe, não para ti, nem para a tua família, nem para o teu amante, nem para o cão, nem para o primo... O Amor que foi colocado dentro de ti, tu não sabes para que é que Ele existe! Porque, se tu sabes para que é que Ele existe, então voltamos para o nível humano. Eu tenho que entrar num nível de concepção, no qual eu sinto Amor e nada sei Dele. É neste nível que o Amor se liberta do karma, dos remendos humanos e começa a elevar-se. É quando eu não faço ideia para onde Ele vai! É quando eu começo a libertá-lo de mim, sem me preocupar com consequências. É quando eu liberto o Amor que existe no meu peito, sem estar preocupado com nada. É claro, que isto não se liberta, fazendo woodstock. Woodstock é outra fórmula. E também é uma fórmula razoável, mas não é esta fórmula. Esta fórmula é o indivíduo largar o medo de Amar! Renunciar ao medo! Porque o Amor não é uma coisa que tu queiras, não é uma coisa que tu faças. O AMOR é uma coisa que eu permito! Porque Ele já cá está todo! Eu só permito, ou inibo! A parte humana do ser não tem nenhuma hipótese de fazer o Amor! O Amor vem do Outro, vem lá de Cima! Vem do Divino em ti! E eu tenho que aprender a permitir o Amor: Eu permito que o Amor exista em mim! E uma vez permitido, então, Ele começa a libertar-se. Isto é uma coisa secreta, discreta, invisível, low profile, que se faz na quietude, que é aprender a permitir que esse Amor se vá libertando.
E quando o ser vê, que aquilo que era uma bica, que deitava um bocadinho de água no princípio do ano, a meio do ano já é uma fonte, e três anos depois é um caudal! Então, tu começas a perceber que estás a ser vivido por Energias de Raios, por Energias Cósmicas. Porque o Amor que foi depositado em ti, este Amor que foi depositado em ti..., porque é que Ele está aí? Vê lá!... Tenta lá perceber: o que é que ELE está aí a fazer? O que é que o Amor está aí a fazer? O que é que vamos fazer com isto? O que é que nós sabemos disto? Isto é nitroglicerina, isto é uma coisa perigosa!... Tenta perceber esse Amor! Sente!... Está aí!...É preciso não sofismar isto! Está aí..., sente o Amor no centro das tuas omoplatas!... Isto, nós não sabemos o que é!... Não sabemos!... E, é isto aqui, que o indivíduo percebe, que é vivido! É quando tu percebes que isto flui, e pulsa, e é independente... Isto são Energias ligadas à primeira Iniciação. Que é quando o indivíduo sente que é vivido, que é habitado, que é usado por Energias Cósmicas. E só há primeira Iniciação, quando ele desiste de fazer seja o que for, com o Deus que o habita. Porque, se ele ainda acha que cura, e que passa instrução, e que é uma Sacerdotisa de Lys, e que é o braço direito de Ashtar Sheran ..., se ele ainda acha estas coisas, a coisa pára. Eles têm que parar um pouco, para ver se o indivíduo se esquece destas coisas. O máximo que eu posso fazer, neste nível de consciência, é permitir! Permitir!... Eu posso inibir..., ou permitir... E todo o Amor que tu permites, atrai mais Amor. E o canal dilata... vai-se expandindo...
Assim como nós temos acesso a realidades da primeira Iniciação, temos acesso a realidades da segunda Iniciação – o Baptismo. A primeira Iniciação tem a ver com este nascimento no centro do tórax. Tu sentes que és vivido! Isto não adormece mais! E, a primeira Iniciação propriamente dita, é quando a coisa rompe de tal forma, que o indivíduo não faz nada que aquela coisa não permita. Isto é a primeira Iniciação completa. Terminada. Isto não está longe... Não está longe! Mas, é como uma chama à chuva. É como uma vela à chuva. Eu tenho que ter cuidado com isto. Eu tenho que ir ao encontro deste núcleo de Luz e alimentá-lo com a minha atenção.
A primeira Iniciação começa no discipulado. Não naquele dia. Não, quando o indivíduo é levado durante a noite à presença dos Mestres. A primeira Iniciação é o nascimento de uma Luz em ti, que pulsa! E tu sentes que Ela pulsa. E tu sentes que tu és essa Luz. E aquilo que até então chamavas “eu”, não é mais. Tu deixas de ser um aquilo e passas a ser um Isso. É quando eu me sinto um Isso, que eu começo a sentir o que é Vibração Iniciática.
A segunda Iniciação chama-se Baptismo. E, antigamente, as pessoas viviam a primeira e depois viviam a segunda. E, actualmente, está-se a viver ao mesmo tempo a primeira, a segunda e a terceira Iniciação. Simultaneamente. Isto é novo. Esta informação é relativamente nova. Os indivíduos estão a receber a primeira, a segunda e já há aspectos da terceira a serem preparados. Nós começávamos a primeira Iniciação, não na noite da Iniciação exactamente. Mas meses antes. Anos antes, às vezes. Durante o discipulado. Isto significa que eles estimulavam a chama da Alma dentro de nós. Estimulavam o Ser Psíquico e a sua Chama Orientadora. Uma espécie de Luz-Piloto dentro de nós. Eles estimulam-na e vão verificando como é que eu, humano, respondo a essa estimulação. Eles estimulam num grau; e depois, esperam seis meses para ver como é que um ser responde àquela estimulação. Se ele vai ao encontro Daquilo que ele descobriu Vivo, dentro dele, Eles estimulam mais. Se ele não vai ao encontro, Eles param a estimulação, até que o indivíduo se tenha tornada assíduo, fiel à vibração que ele descobriu dentro dele. Isto é preparação para a primeira Iniciação.
Portanto, é um indivíduo não perder tempo a julgar actos humanos. É ele não perder tempo a fazer de juiz dos outros. É ele não perder tempo a olhar para o lado, e usar a energia do dia, que é preciosa para ir ao encontro dessa Vibração Nova, que nasceu dentro dele. E ficar ali..., consciente, vibrando, respondendo, cuidando... E, aí, é como uma vela à chuva! Durante essa etapa. Uma vela à chuva, significa que a chama pode apagar-se ou diminuir gravemente. Então, precisa de protecção.
Esta segunda Iniciação - o Baptismo - é um processo de lavagem completa do corpo emocional. Chama-se Baptismo, porque um indivíduo recebe as Águas que correspondem à vibração do sentimento de Deus. Recebe-as no alto da cabeça, continuando com o ritual de S. João Baptista; ele recebe essas Águas no alto da cabeça, como um Nome. Daí Baptismo. O Verbo vem até ale como Água, como Amor, como Sentimento. E isso traduz-se no corpo emocional, através da Energia da Paz.
Do ponto de vista do dogma Católico, o indivíduo é reintegrado ao Edifício Original da fundação da Escola Terrestre. Isto, no Baptismo físico, no Baptismo do ritual Católico. E, quando a Igreja Católica estava ligada à Energia Cósmica (e esteve), aquela água era imantada com uma vibração Supraterrestre e, ao ser vertida sobre a cabeça, activava certos códigos, que reintegravam todos os veículos do ser a um determinado Veículo de Ascensão Colectiva, que era regido, e era mantido estável, pela Aura do próprio Cristo. Agora, não é mais. Não é por tu levares com um pouco de água na cabeça que a coisa acontece.
Este Baptismo, hoje, diz respeito a um ser começar a receber no seu emocional a energia da Paz. No Emocional. Não é estar em Paz. Não tem nada a ver com o estar em Paz. Tem a ver com SER PAZ! O emocional busca profundamente esta Paz. Toda a dinâmica emocional é a dinâmica de uma parte de nós, que parece não estar completa e que busca completar-se através de alguém. Até ao dia em que recebe a Paz. E isto é que é Baptismo. Baptismo é quando uma vibração Solar, vinda da nossa Estrela local, é trazida pelos Anjos e é depositada como uma Água purificadora no corpo astral! E o corpo astral conhece uma Paz Profunda! Baptismo é quando tu deixas de sentir o vazio. A mente pode continuar, mas o emocional já se aquietou. Claro, que eles são interdependentes. A mente pode desestabilizar o emocional e o emocional pode desestabilizar a mente.
Mas, na segunda Iniciação, no Baptismo, o que desce é o Amor de Deus de uma forma tão profunda, tão perfeita, no nosso emocional, que a resposta do emocional é a Paz. Paz para sempre! Um iniciado de segunda Iniciação é uma pessoa que irradia Paz o tempo todo. Quer queira, quer não queira. Já não faz parte de um exercício consciente dele. Não há mais meditações para ficar em Paz. Isto não tem nada a ver com antistress, nem conforto psíquico. Isto aqui, é o fim do emocional. Como é que se chama a morte do corpo emocional? PAZ! Quando o emocional é absorvido na Alma, a experiência é a experiência da Paz. Quando o físico-etérico começa a entrar em ressonância com a Alma, a experiência é de seres habitado. Tu sentes uma vibração pulsar em ti. Na estabilização da primeira Iniciação, é como se essa pulsação no centro do tórax, (que é o tal menino que nasce na caverna) um dia, não vá mais embora! Fica totalmente estável! Esta primeira Iniciação é quando tu sentes este Bebé nascer em ti, e o indivíduo não quer viver sem sentir isto. E antes, tinha que haver esta rotura, muito forte; e, portanto, esta Iniciação, em que o indivíduo criava espaço e o Divino se instalava (por isso é que há provas iniciáticas, para ir observando se o indivíduo cria espaço para Aquele que vem), o Divino instalava-se e passava-se à segunda Iniciação - que era transformar o corpo astral.
Ou seja: o elemental Água no teu ser, as emoções, eram integradas, fundidas, à vibração da Alma. Hoje, está-se a fazer as duas ao mesmo tempo. Isto é: vai haver muitos seres, especialmente os que têm tarefas para assumir à medida que a situação planetária se deteriora, que vão receber a primeira e a segunda Iniciação em simultâneo. E alguns vão receber a segunda e a terceira Iniciação em simultâneo. Depois, a partir da terceira é diferente. Isto é, eles sentem que são habitados, sentem uma vibração a pulsar e, de repente, um dia, o emocional é absorvido numa Paz que não tem retorno. Chama-se Baptismo, quando tu recebes uma Água que vem do Alto, isto é, esta Paz total, que absorve as oscilações emocionais. E, é quando um indivíduo, um dia, acorda e sente esta Paz a anunciar-se, que ele sabe que também há preparativos ligados à segunda Iniciação. Isto é: quando ele sente que algo o transcende e pulsa nele, ele começa a perceber a primeira Iniciação. E quando essa Paz total começa a anunciar-se, ele percebe a segunda Iniciação - O Baptismo.
Então, um grupo, um núcleo, serve para nos ir libertando de toda a bagagem que auxilia estas descidas, estas estabilizações vibratórias, estas revelações dentro de nós. E, actualmente, as Iniciações vivem-se em grupo. Não individualmente. Actualmente, Eles fazem passar por essas mudanças vibratórias, grupos de 50, grupos de 100, grupos de 200, grupos de 20, grupos de 10..., todos ao mesmo tempo. E eu preciso de compreender que, quando se fala de segunda Iniciação, portanto Baptismo, e se diz que a vida astral/emocional é absorvida na Aura da Alma, é absorvida no campo vibratório da Alma, eu preciso de compreender isto, como a chegada da Paz.
Agora, a pergunta é esta: Tu estás pronto para a Paz? Ou a Paz ainda te assusta e tu sentes necessidade de a repelir? Eu tenho medo da Paz? Eu aceito a Paz? Eu aceito viver em Paz? ...
Porque isto não pode ser uma violência. Isto não pode vir como uma violência, vocês entendem? Não pode vir como uma coisa que interfere na nossa liberdade... Eu estou preparado para a Paz, ou a Paz , de alguma forma, me angustia? Porque o Outro pode chegar e dizer: Eu Sou a Paz, Eu dou-vos a Minha Paz, fiquem com a Minha Paz... E nós pregamo-lo numa Cruz, não é?! Então, é porque nós não estamos preparados para a Paz. Então Ele volta. Ciclicamente. E agora, o segundo Raio, Esse Amor Total, que é o que vai, no fundo, curar o nosso corpo emocional, Ele vem e diz outra vez: Eu Sou a Paz, fiquem com a Minha Paz... E o problema é: Como é que eu me relaciono com a hipótese da PAZ TOTAL? Como é que eu me relaciono com isto? De não mais sentir o universo a partir da fricção? De não mais sentir desejo, mas apenas aspiração? E de perceber uma Paz maciça, compacta, descer no meu corpo emocional? Eu estou preparado para a Paz? Em que grau é que eu me abro para receber a Paz? Ou será que, como é no caso de algumas pessoas, eu, inclusive, tenho medo da Paz? Porque o que nós gostamos, é de alternância, contraste, telenovela...
A Paz é como um deserto! Será que nós estamos preparados para o deserto? Para a Vastidão, para a Majestade, para a Solenidade, para a Quietude do deserto? Isto, é: será que nós estamos preparados para a segunda Iniciação? Porque o ser diz: Ah, eu quero, mas eu não consigo ... A pergunta, aqui, é outra! Não é se tu consegues, ou não! A pergunta aqui é, se tu estás preparado, ou não! É outra pergunta. É se um indivíduo aceita essa plenificação do emocional, a partir do Centro Psíquico, como uma floração luminosa, branca, que toma conta da sua vida emocional. Ou seja: será que eu realmente quero a Paz, ou ainda estou pedindo mais uma voltinha no carrossel? Será que realmente eu estou preparado para ajudar o Cristo? Será que realmente eu quero ajudar as Hierarquias Cósmicas Superiores? Ou ainda preciso de mais algumas experiências, contrastes ..., porque isto parece insípido?...
Quando a Paz vem, tudo o que é palato emocional começa a achar a coisa um bocado insípida. Porque nós temos o hábito emocional da fricção, o hábito emocional da discussão, o hábito emocional da guerra... Porque o Marte, no indivíduo em Paz, esta energia astrológica, ele é transferido para um nível muito interno. Uma forma simples de perceber se eu estou preparado para a Paz, ou não, (o que eu vou dizer é um pouco demagógico; filtrem...), uma forma simples é eu fazer um jejum de televisão durante três meses. E aí, o indivíduo vê se está preparado para a Paz, ou não. Vê bem o que sai da tua vida! O zoológico que sai da tua vida!... Agora, eu posso não quer viver sem zoológico!... Então, eu não estou preparado. É óbvio, por isso é que eu disse que isto era demagógico, porque é óbvio que, não é porque um indivíduo pôs a televisão de parte, (até pode fazer isso por ambição...), não é por aí, que tu vês se estás preparado para a Paz, ou não. O processo é muito mais interno. Mas, ao renunciar uma série de contrastes e aceleradores do astral, (porque nós não temos uma televisão muito mental, caso vocês tenham reparado... É uma televisão eminentemente emocional), se eu posso fazer o exercício de não ter aquele acelerador astral durante três meses, então, provavelmente, eu tenho uma certa abertura para a Paz. Em nível Profundo. Dito isto, a televisão não tem importância nenhuma. O exercício da televisão em si, não tem importância. Só que isto é dito para o indivíduo perceber o que é que significa PAZ! E é perceber, até que ponto, ele está viciado em induções de adrenalina vindas de fora. É perceber, até que ponto, é que ele está viciado em contrastes para sentir que existe. Até que ponto, é que ele está viciado em lutas, em conflitos, em conflitos radicais, em extremismos, para sentir que existe. Até que ponto, é que ele está viciado em informação que ele simplesmente não processa. Informação, que ele não pode processar, porque é informação a mais. E, quando o indivíduo está a processar o que vem de fora, não está a processar a informação que vem de dentro. A maior parte das vezes.
É quando eu olho para um deserto que não tem oásis, mas que também não é escaldante, que não é dramático, mas também não é insípido...., é quando olho para um vasto deserto branco, cuja vibração é totalmente plena, e cujo o toque em mim é de uma serenidade estável, de uma serenidade ultralúcida e estável, que promove uma generosidade afectiva, proporcionada à realidade de cada momento - nem excesso, nem defeito - a vibração de Amor que cada momento precisa, é quando eu aceito este deserto de equilíbrio, sem cor, sem pedrinhas coloridas, sem nada para brincar... Como é que tu queres ter Paz, se um indivíduo ainda confunde brincar com Liberdade? Depois, vem o Brincar Cósmico, Sim! Mas, este pequeno brincar, não é Paz! É brincar!... É quando o indivíduo aceita este vasto deserto de Paz, e aceita que chegou ao fim da caminhada como guerreiro..., porque é assim: estar em guerra é produzir ruído com o emocional! Não precisas de ir para a guerra, lá, para a outra guerra. Basta eu produzir um ruído com o meu emocional e eu já estou a contribuir para a guerra terrestre!
Paz, do ponto de vista Cósmico, é quando eu vibro de acordo com a Alma. O tempo todo. E portanto, a Vibração que sai de mim, Ela é proporcionada, ajustada ao que cada momento verdadeiramente necessita. Não o que ele necessita segundo o meu mental. Não. O que ele necessita de Dentro, vindo de Cima. A realidade Cósmica para aquele minuto. Isto é que é estar em Paz! Se eu aceito este deserto, este deserto de serenidade, que cria estabilidade, mas não tem cores, não tem cores a mais, não tem brinquedos..., é a vastidão apenas..., então, eu estou preparado para a Paz. Preparado para receber a segunda Iniciação. Nós não vamos receber a segunda Iniciação, enquanto repelirmos a Paz de nós. Enquanto eu repelir a Paz de mim, eu não posso receber a segunda Iniciação. Agora, eu preciso de perceber o quanto, por hábito, por condicionamento genético, por cromossomas, por ADN..., o quanto eu, ainda, tenho em mim que repele a Paz. E o ponto aqui (eu preciso de insistir nisto), não tem a ver com o facto de eu achar, se sou capaz, ou não! Porque isto aqui, não és tu que vais fazer!... O que é que eu sei sobre a Paz? Se eu não sei nada sobre o Amor, menos ainda sobre a Paz!... O que é a Paz? O que é a Paz?... É eu estar de bem com o meu vizinho, no bairro? É eu estar de bem com a minha família? Isso não é a Paz. É não ser agressivo? Isso não é a PAZ!...
PAZ é o 13º Raio, é a Síntese dos 12 Raios, é Energia Cósmica de Órion, é o Portal de acesso aos Universos Filho, à Energia Melchizedeck! Pax-Alfa-Ómega é o código de contacto com a ordem de Melchizedeck! Esta Paz não tem nada a ver com o estar de bem com o outro e não ser agressivo! É claro, que se eu sou agressivo, esquece! Então, é outro mundo. Esta Paz é uma outra realidade. E é esta realidade, esta vibração vinda dos níveis Melchizedeck, dos níveis de Instrução do Universo, que quer descer, através do canal Psíquico no centro das omoplatas, e espalhar-se pelo teu corpo! É isso que acontece na segunda Iniciação.
Agora, a pergunta persiste: Eu estarei preparado para ser traccionado para dentro das Piscinas Cósmicas de Paz? Para ser integrado à Lei do Hexágono? Para ser um Holograma do Adão Kadmon? Eu aceito um deserto sem contrastes em nível emocional? Um deserto que é só Amor? E que tem, obviamente, a sua ecologia, tem as suas texturas, tem as suas realidades subtis..., mas não tem nada a ver com o jogo de forças, que nós chamamos vida emocional! Não tem nada a ver! Por exemplo: se eu estou fascinado com o facto de estar triste, se eu vivo obcecado pela minha tristeza, se eu vivo enclausurado no meu drama..., será que eu estou disposto a renunciar à minha tristeza? Vê bem, o quão fascinado tu estás pela tua dor!... Será que eu estou disposto a entregar o meu drama e deixar de sofrer?... Vocês sabem que as pessoas não gostam de deixar de sofrer!... Enquanto elas tiverem a identidade da dor..., nem pensar! É como um bilhete de identidade. Será que eu estou preparado para isto? Para renunciar ao meu drama e finalmente me equilibrar? Aqui, é uma renúncia: renúncia à alegria, renúncia à tristeza, renúncia à dor, renúncia ao prazer, renúncia ao possuir, renúncia ao ser possuído, renúncia ao comprar, renúncia ao vender, renúncia ao apontar, renúncia ao ser apontado, renúncia ao insultar, renunciar ao ser insultado... Eu preciso renunciar a isto tudo!... Senão, nunca saberei o que é a Paz! Eu ficarei no nível de uma pulsação dentro de mim – primeira Iniciação. Mas este carrossel, esta ópera que nós fazemos com a nossa vida o tempo todo... Porque se um indivíduo não tem drama, ele acha que não existe! Se um indivíduo não tem tristeza, não tem lágrima no olho, ele já acha que não existe! E o problema não seria a lágrima no olho, porque a lágrima até pode ser Iniciática, como vocês sabem. O problema é este gosto, este prazer, que as pessoas têm, este deleite que as pessoas têm nas suas tristezas! É o prazer perverso que as pessoas têm no seu drama, no seu problema! É eles não perceberem, que tudo o que tu vives, no Plano Cósmico foi uma escolha. Aqui em baixo, não sei. No Plano Cósmico foi uma escolha.
Portanto, começa a pôr-te de pé e a assumir o teu lugar no Plano! E a sair desta condição infantil do querer ser feliz! Porque, enquanto eu quero ser feliz, eu nada sei da Bem-Aventurança. Enquanto eu quero ser feliz, eu estou em nível de felicidade, não estou em nível de realização Cósmica, não estou em nível de Bem-Aventurança! Enquanto eu quero ser feliz, eu não sei o que é a Alegria, com um A grande!
E é quando o ser faz isto com a mente, é quando ele renuncia à sua coisa..., é quando eu saio deste mecanismo, de que a razão dá-me algum direito, sobre seja o que for..., é quando eu entrego a mente, que eu vivo a terceira Iniciação!...
Isto não significa que ele vai ficar obtuso, nem que deixa de ter razão. Significa que, a expressão da sua razão, não é mais fundamental na sua vida. O que passa a ser fundamental na sua vida é a expressão da sua Energia Oculta! Isto é que passa a ser fundamental na sua vida! Portanto, é quando eu entrego a mente que eu vivo a terceira Iniciação. Esta é mais Alta! Ainda vai demorar um bocadinho a perceber o que é que isto significa. Em princípio. É quando eu me desinteresso pela minha mente.
E como é que eu me desinteresso da mente? Percebendo que a mente pode produzir um argumento e o seu argumento contrário. Em simultâneo. É argumentar os dois ao mesmo tempo. É quando tu consegues pensar estruturadamente um assunto e o seu oposto. Um argumento e a sua coisa oposta. E isto toda a gente faz.
A terceira Iniciação é quando tu recebeste a Paz Total no emocional e a mente recebe a Iluminação. Então dá-se uma Transfiguração.
O físico está transformado pela Presença. Está vibrando numa outra estabilidade.
O emocional aceitou a Paz. Aceitou a Paz! Renunciou aos contrastes estimulantes da vida humana. Eu posso receber a Paz que sela a minha vida emocional.
A vida emocional termina na Paz. A vida mental termina na Luz.
É quando um indivíduo olha para a mente e não vê lá mais nada! Nem uma ideia, nem uma palavra, nada! E, contudo, nesse nada, ele pega numa caneta, senta-se, e escreve três mil páginas!... E é um Tratado!... Iluminados escrevem Tratados! E, obviamente, se desce Luz, sempre que tu vais escrever, falar, comunicar o que quer que seja, o vocabulário vai sendo atraído pelo Magnetismo da Luz Interna.
Quando estas três Iniciações acontecem, então chegamos àquilo a que se chama a Transferência do Controle. O Controle Total do Ser passa da personalidade, do eu positivo, consciente, para a Alma. Tu passas a ser controlado pela Alma.
Totalmente Controlado pela Alma!...
UM ENCONTRO COM ANDRÉ LOURO
Belém, 21 de Dezembro de 2001
(Transcrição por Emília Simões)
QUANDO BUSCAMOS UMA VERDADE MAIOR, ALGO VEM AO NOSSO ENCONTRO, ABRINDO-NOS AS PORTAS DO CAMINHO ETERNO.
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