martes, 28 de junio de 2011

O Caminho do retorno (Uma introdução ao nosso duplo dimensional) 1 Parte (2002)




Quando este Fogo que vocês são, quando este Facto Central assume a experiência terrestre, os seus prolongamentos de consciência, os seus veios de consciência, as suas ramagens de Luz, quando este Facto Central, em nós, assume a experiência terrestre, as suas ramagens, os seus prolongamentos luminosos, passam por portais dimensionais.

Então, estar aqui, usar esta túnica biológica, sentir o calor do vento, relacionarmo-nos nesta dimensão, estar aqui, já é uma experiência interdimensional.

Para que o Fogo/Vida/Consciência que cada um é, para que este Fogo/Vida/Consciência pudesse ancorar, exprimir-se através da temperatura terrestre, através do campo evolutivo Terra, ele teve que emanar prolongamentos dele, ao longo de lentes dimensionais, diafragmas dimensionais. Então, nós estamos tendo uma experiência interdimensional. Só aqui. Porque esta não é a tua origem.

Tu és um ser criado no Céu, és um ser criado no Oceano, és um ser criado no seio geratriz do Supremo, és pura intenção criadora, és uma emanação dos dínamos paradisíacos... Então, estar aqui é uma experiência, já razoável, de ter atravessado portais.

Então, esta ideia de que se atravessa portais, e de que existem portais, e de que os portais se atravessam..., tu conheces muito bem, cada um dos portais que deverá reconduzir-te a Casa. Pelo simples motivo de que tu fizeste o caminho para cá. E estes seres fazem o caminho de retorno exactamente pelos mesmos portais, e na mesma sequência, em que fizeram o caminho na direcção da vida, na direcção da manifestação.

Quando tu desces, tu estás sendo sujeito à lei da manifestação, à lei da experiência, à lei da limitação. E quando acontece a inflexão na consciência e tu retornas, estás sob a lei do retorno. Cada portal atravessado, é um velho conhecido teu, no caminho de retorno. Cada aferidor vibratório que tu encontras no caminho de retorno, foi um adaptador vibratório no caminho de descida. Isto é: quando a Centelha emana os seus prolongamentos, para que ela possa criar núcleos de atracção de causa e efeito nos planos em que ela se vai manifestar, ela passa por aferidores, por adaptadores vibratórios. Cada adaptador vibratório produz uma monumental amnésia no teu ser. E nós estamos no sétimo adaptador vibratório. Somos seres sete vezes monumentalmente amnésicos! Profundamente amnésicos!

Então, a experiência do retorno, a experiência da inflexão da consciência e o ajuste do ser, e a gradual sincronia do campo vibratório do teu ser com cada um dos sete portais, é uma experiência de cura (com algumas aspas), é uma experiência de cura de um tipo cósmico de amnésia. É uma experiência - retomando Platão durante uns segundos - é uma experiência de reminiscência, de recobrar a memória, após uma série de pancadas interdimensionais que te trouxeram a este jardim.

Mas em termos ocultos, em termos uterinos - no sentido sideral - em termos da Shakti, da Força, do Facto, tu és um Deus perigoso movendo-se, começando a despertar.

E era muito importante que eu começasse a combinar a minha capacidade de amar, a minha capacidade de incluir, a minha capacidade de magnetizar, a minha capacidade de dar e receber amor..., era muito importante que eu começasse a combinar isto, com a suspeita da entidade terrível que é o meu Ser Central. Não é só sorrisos! Não é o benzinho! Não é uma experiência domingueira! Não é uma experiência de bem-estar, não é uma experiência confortável... O Divino não é uma experiência agradável. É o êxtase! E o êxtase, isto é, aquela experiência suprema, acontece pela combustão do material humano, do material que te reveste! É pela combustão! É pela experiência de ser, de alguma forma, consumido, diminuído, na horizontal. Bom, e ampliado na vertical.

Estes portais são, exactamente, as alfândegas entre dimensões, que fizeram o ajuste da Força/Vida/Consciência do campo Monádico, o ajuste, o afunilamento, a adaptação, os prolongamentos, de forma a que essa estrela bendita, que é o centro do nosso ser, pudesse interlaçar-se no voto da biologia ascendente, no voto do homem natural, na força de aspiração do homem natural - pudesse acontecer um interlaçamento disso. Na verdade, como estamos cansados de saber, tu não és apenas um animal sofisticado, porque existe essa estrela bendita, perigosa, terrível, insistente, predatória. Predatória de quê? Predatória do meu comodismo. Predatória do meu sono. Predatória da minha inércia. Predatória das minhas certezas. Predatória da minha fórmula. Porque esse Facto Central, essa Irradiação directa, não é uma fórmula. Não é transportável. Não é partilhável, no sentido comum do termo. Não é adaptável. Ela já se adaptou sete vezes, só para que tu possas sorrir um pouco!

E esta ampola, esta cápsula, este centro de Fogo transformador, encontra-se impedido de seguir viagem e de se reunir às suas irmãs nos planos superiores, encontra-se impedido de seguir viagem, porque os seus prolongamentos, as suas raízes planetárias, as suas ramagens, para baixo, estão ainda prisioneiras. Estão entrelaçadas para além do grau elegante, harmónico, lúcido, para além do grau inteligente. Elas encontram-se entrelaçadas com a Terra, com o material terrestre.

 Quando a tua estrela emanou, o filamento de luz, força, poder e amor, destinado a ancorar no homem natural, ele atravessou vários portais. Sete portais, em princípio. E cada portal produziu uma distorção no campo de vibração Divina descendente. E exactamente a experiência de abraço à biologia terrestre, a experiência de abraço ao mundo que se revela no tempo, a experiência de abraço à grande escultura Terra - há esta esfera arquitectónica que é a Terra - esta experiência de abraço implica uma sequência gradual de distorções exactas, de reduções, adaptações, rotações...

Cada portal contém, no sentido em que nós o atravessamos, na direcção do polo substancial da manifestação cósmica - que é este nosso alegre hidrogénio, que vem por aí fora desde o Big Bang, no qual nós, no fundo, estamos sentados... - cada portal contém uma emanação do teu ser. Para que essa adaptação possa acontecer entre a estrela do teu ser e a substância evolutiva, têm que acontecer rotações, adaptações das ramagens de Luz, angulações, gramagens de força, até que ela adquire o tipo de distorção que lhe permite reconhecer a vibração de um plano.

Isto é tão verdade num planeta sagrado, quanto é verdade num planeta em quarentena - como é o caso da Terra. A Terra é um Planeta em quarentena, um Planeta suspenso em relação aos circuitos tractores principais. Em relação à Força de tracção central, Cósmica, Superior.

Tudo o que vocês têm aí como Escola Esotérica, como Escola de Mistério, como Yoga avançado, como pensamento alquímico, como pensamento simbólico..., tudo o que vocês têm aí, são instrumentos de compensação, em relação a uma tradição central que foi quebrada, após a qual a Terra entrou em quarentena. Tudo o que está aí é compensação. São tentativas de manter o homem num ritmo evolutivo, cósmico, superior, quando as correntes principais tiveram que se recolher.
Então o teu Ser real, a tua Verdade, a tua Vida, foi distorcida, reduzida, angulada, adaptada..., até que aquilo que é, geometricamente falando, uma esfera, pôde entrar em ressonância com aquilo que, geometricamente falando, é um cubo. Então a tua Mónada, o teu Atman, é, contém, vibra, esfera. E a experiência terrestre, com os seus flamingos e as suas girafas, a sua generosidade, esta cornucópia de cor e biodiversidade, é um cubo. Não tem nada a ver com o Outro lá em cima.

E é por adaptações  sucessivas, por reduções de potência, por filtragens, que o impacto do Divino, neste Planeta, produz, inclusive, a explosão de cor e de biodiversidade. Porque se fosse directo, não havia nem explosão de cor, nem biodiversidade. Era outro fenómeno que acontecia.

Então, nós temos estado lidando com dois factos extremamente simples, de entrar em ressonância com; extremamente simples de amar; extremamente simples de compreender; que é este Deus central e o caleidoscópio em torno.  E um sistema de redução de potência e de adaptação de potência, que produz sequências de distorção.

Contudo, à medida que tu foste descendo - porque se nós falarmos aqui para a personalidade, temos que dizer: à medida que fores subindo, fores fazendo ascese, te fores purificando, te fores transformando,  fores limando, fores sendo humilde..., mas nós não estamos a falar para a personalidade! Por isso é que, se tu não estás a perceber nada, óptimo! Porque não é com essa parte, que não percebe nada, que nós estamos a falar! É com a outra parte que sabe isto de trás para a frente e da frente para trás. É com essa parte que nós estamos a falar! A que não está a perceber nada, é mesmo assim! Nós estamos comunicando com a que já sabia perfeitamente que isto ia ser dito. Que até não percebe porque é que não se vai mais depressa! É com essa que nós estamos a falar. Não é com a outra que acha que se está a ir depressa de mais - este ser, lá, no centro, quando tu começaste a descer, eras composto por um Fogo que não reconhecia operação nenhuma. Nem precisava. Consta que em Glória não há grandes métodos a seguir. Em Glória não há grandes esquemas, não há grandes sequências a cumprir. Em Glória não grandes tráfegos, não há grandes operações. É Glória e já está!

Mas no processo de adaptação, ele foi utilizando a mente do Pai, utilizando um transístor matricial de potência, chamado Adão Kadmon - o homem primordial - que corresponde ao conjunto, à soma de frequências que permitem o Divino ancorar no carvão. Esse homem primordial é um circuito matricial, uma escultura de intencionalidade e Luz, que o Pai mantém sempre, constante. É um íman cósmico. Um atractor Divino. Esse homem matricial - para o qual não há exactamente genoma conhecido - esse homem matricial foi sendo utilizado pelo Fogo Puro para começar a vestir várias vestes.

E estas vestes, do ponto de vista gnoseológico, são identidades. São consciências. São seres. Isto significa, meu irmão, que tu deixaste um ser, cada vez que tu atravessaste o portal! Tu deixaste uma parte da fórmula total do teu ser! Um aspecto do perfume! Um ângulo da equação total!

E cada portal, no sentido descendente, produz amnésia. Mas para que a amnésia não fosse irrecuperável, o Divino retira do Fogo descendente uma emanação. E mantém-na à espera, no portal! Isto significa que à medida que tu ias descendo como um dardo de fogo para dentro da matéria pura, em cada um dos sete planos tu deixaste uma emanação do teu ser: 1, 2, 3, 4...  Então, existem seres que estão a comer batatas fritas e dizem: Ah! Eu sou um extraterrestre!... Talvez não seja bem assim! Talvez tu tenhas entrado em contacto com o teu duplo na quinta dimensão! Que é um dos seres, um dos revestimentos, uma das películas identidade, uma das tessituras identidade, que tu deixaste num dos portais quando desceste.

Então, nós deixámos um embaixador de nós mesmos em cada portal cósmico.

Desde o Centro Celeste Supremo - que é onde tu realmente nasceste - desde a Grande Plataforma na inalterância, a Grande Placa na permanência, lá, no indizível, no inefável, desde aí, até aqui ao 24 de Julho, tu deixaste um embaixador.

E esta reconstituição do eixo original, (que nós temos estado a aprofundar nos encontros), e que corresponde à activação, em nós,  da divinização da matéria - a tal antena no cóccix que contem o poder de divinizar a matéria, entre outros, como alguns de vocês já devem ter observado.

Esse eixo original, que começa aqui, no oitavo chakra e termina no primeiro chakra, este eixo original não começa no oitavo chakra - estávamos só a adaptarmo-nos à realidade mais completa. Ele começa muito acima do oitavo chakra: num décimo segundo, ou num décimo terceiro chakra - num centro, que jamais abandona a casa do Pai. E ele está em ti, aqui e agora! Porque ele não é nem temporal, nem espacial. Então, existe um décimo segundo, ou um décimo terceiro chakra (não sei bem), que mantém constantemente o Fogo em si próprio. Sem adaptação e sem distorção. Sem processo. Sem impulso evolutivo.

E quando este peregrino começa a reencontrar os condutos electromagnéticos - porque no fim, ninguém dá passo algum por saber coisas, ou por achar coisas, ou por amar coisas só (por amar, sim), tu dás o passo, porque tu encontras o veio electromagnético, o veio de magnetismo Divino, que vem do íman cósmico até ao próximo minuto do teu ser.

É esse rastro que nós temos que reencontrar! Nós somos aves perdidas! E estamos em busca do campo electromagnético que nos dá o norte. E isso é frequência! É prazer! É alegria! É vibração! É ardência! É incandescência! É isso que nos vai fazer regressar ao caminho!
Ninguém larga uma etapa, enquanto ela for minimamente encantatória. As pessoas largam etapas, quando a incandescência, quando a experiência de paixão, a experiência de vida, a experiência de ser, quando o gozo muda de plano. Nesse momento tu largas uma etapa. Os seres evoluem de gozo em gozo; de alegria em alegria; de fruição em fruição. É claro que há uma educação e um refinamento desta fruição. Há uma educação da paixão. Paixão tem que encontrar o seu centro. Tem que se tornar numa paixão com um olho no centro. E não apenas um bólide protótipo, descoordenado, fazendo voltas em torno de uma pista nas 24h a ver que velocidade é que consegue atingir. Não, não. Paixão, com a serenidade no centro. É nesse momento que o indivíduo muda de plano. Muda de nível vibratório.

Então, quando este ser está reencontrando o seu caminho de retorno, ele tem estes portais em frente a ele. E o caminho de retorno é uma reconstituição do teu verdadeiro rosto. É uma cirurgia facial. É um retorno à verdadeira identidade. É uma reconstituição da identidade.
 Cada vez que o Fogo, ao descer, deixava uma identidade guardada, justamente essa separação de um nível de identidade para dentro de outra dimensão é que constitui a amnésia. A amnésia é uma perca de identidade.

E à medida que eu vou entrando nessa porta estreita - estreita se tivermos falando  de parâmetros horizontais; se tivermos falando em termos verticais, não tem fim - à medida que eu vou entrando nessa porta estreita, à medida que eu me vou disciplinando por alegria - não é disciplinando por nada abaixo de alegria. Porque se um indivíduo se disciplina abaixo da alegria, torna-se um indivíduo insuportável. Não há paciência! Um indivíduo que se disciplina por alegria uniu duas funções complementares da estrutura  psicológica humana: disciplina e alegria. Uniu-as. Fundiu-as numa outra experiência desconhecida: a alegria da disciplina; a disciplina da alegria. Mas é só um detalhe. À medida que o ser vai entrando, ele encontra um portal.

O que é um Portal?

Enquanto eu estou concentrado, emantado, em quem eu sou, enquanto eu acho que sei quem eu sou, enquanto eu sei tudo, enquanto eu acho tudo, enquanto eu compreendo tudo, enquanto eu estou no controle, não há portal! Há vida humana.

A experiência do portal é o que acontece quando tu começas a passar por um esgotamento das baterias de energia que alimentavam uma identidade. Um tipo de ser.

E a nova identidade, que é um ângulo de visão da realidade a partir do qual tudo volta a fazer sentido. E se eu estou vivendo, e há um momento em que nada faz sentido, é porque aquele centro está a ser desactivado - aquele centro a partir do qual eu tenho a experiência do mundo. Nós para termos uma experiência do mundo - isto é um dado psicológico - tu para teres uma experiência do mundo, tens de ter um centro, a partir do qual a experiência acontece. Quando a experiência começa a passar por uma transfiguração, e quando as coisas perdem um bocado o sentido, e quando há uma desorientação momentânea, tu estás na chamada zona nula. Estás entre uma dimensão e outra.

E é porque eu encontro quem eu era, quando me deixei a mim mesmo numa dimensão mais alta, que tudo volta a fazer sentido subitamente. Mas é um novo sentido! Então, tu tens esse ser que és tu próprio, que te aguarda do lado de lá do portal. Não é o Mestre. O Mestre é uma operação de charme. O Mestre não passa de uma operação de charme. De um processo de ajuste e de atracção. Quem tu vais encontrar do lado de lá do portal, é o ser, o anjo, o facto, a vibração, o abraço, o amor, a realidade que tu deixaste para assumires a distorção seguinte.

Então se eu compreender a minha autodefinição actual, como filha de uma sequência  de distorções até à adaptação da força divina à matéria, se eu compreender isto, eu estou a criar um estado mental que facilita o filme ao contrário. Isto é: a distorção, a rotação, a adaptação, acontecer no sentido inverso. E nesse momento, tu reencontras o teu duplo dimensional! Tu reencontras o guardião!

 E quando tu olhas para dentro dos olhos do guardião, e quando tu consegues ter essa coragem de manter o olhar para dentro dos olhos do ser que te aguarda na dimensão seguinte, tu vais compreendendo que é o teu ser! És tu próprio! Só que és tu próprio, num coeficiente de lucidez, estabilidade, simetria, inalterância, bondade, compaixão...

E o portal atravessa-se na oração e no silêncio.

Ninguém atravessa portais expondo-se. Ninguém atravessa portais falando do processo que está a acontecer com ele. Ninguém atravessa portais, fazendo isto que eu estou aqui a fazer: falando de portais.

Tu atravessas o portal no silêncio! No secreto! Incógnito! Misterioso! Um viajante oculto! Um peregrino! A capa da sinceridade! É desta forma que o ser atravessa o portal.
E a entidade que está do lado de lá, absorve-te.

E, momentaneamente, existe realmente uma ausência de definição. Pode durar horas, ou dias, ou semanas, minutos..., mas há uma ausência completa de definição. Realmente tu tens uma experiência de vazio. E a partir desse momento, és absorvido, acoplado, assimilado, numa dimensão mais alta do teu ser. Por isso se chamam aos portais, iniciações.

A travessia de um portal é feita por similitude vibratória.

Quando a imagem do teu ser, distorcida nesta dimensão actual, conseguir, por momentos que seja, reflectir a imagem da dimensão seguinte, o portal absorve-te e anula-se, enquanto portal. Só existe portal, porque existe diferencial vibratório. Dissemelhança. E a benção do portal é tu sentires o obstáculo que ele representa. Então, um portal e um obstáculo..., portal não significa passagem. Significa obstáculo!

Significa uma experiência de identidade dividida. Significa que factos, lampejos, partículas do outro ser, já te contaminaram o suficiente para tu saberes que este do lado de cá não é o real.
Então o fenómeno da travessia do portal, o fenómeno de transição entre dimensões, é muito parecido com uma espécie de hesitação da Alice no País das Maravilhas, no momento em que ela não sabe qual é a real: se é a que está no espelho, se é ela. Esta experiência quando tu dizes, eu sou um sonho, e aquele que me aguarda além do portal, sou eu!

Esta experiência é a alquimia necessária da psique. Mas para isto, eu tenho que amar a consciência de que não sei quem sou. De que sou um mistério para mim mesmo. De que transporto o mistério. Porque se eu não transporto o mistério, então eu estou identificado com o facto biológico ascendente, com o processo natural, com o veículo homo sapiens, sapiens. Eu estou identificado com ele.
E esta consciência de que eu transporto um mistério em mim, e de que eu não me conheço o suficiente para ter uma opinião final sobre mim, quanto mais uma opinião sobre seja quem for... Porque esta coisa de eu saber que sou um mistério, serve, principalmente, para eu deixar de emitir opiniões. Sobretudo aquelas opiniões que danificam o campo vibratório dos outros. Porque se tu não sabes quem tu és, pára! Pára! Porque o que está a falar, é o que não sabe! Não é o que sabe!

Continua...


André Louro da Almeida

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