O serviço, cada vez mais, consiste em tu introduzires Luz no Éter.
O servidor, ele não trabalha com palavras, nem com ideias. Palavras e ideias são parte, são instrumentos...
O servidor trabalha com Luz.
O servidor, ele transporta Luz.
E para trabalhar com Luz, nós necessitamos de todo um outro metabolismo. Todo um outro ritmo. Todo um outro campo. Necessitamos desta paz, necessitamos desta ausência de expectativa. Necessitamos desta liberdade.
O servidor, para poder lidar com Luz, ele tem de ter esta consciência muito bem trabalhada de que ele é um interface. De que ele é um terminal. E um terminal que não está ligado ao centro, não serve de nada.
Então, o Grande Serviço é estar ligado, num mundo desligado, num mundo que não tem contacto.
Um ser contacto, um terminal, é um ser que mantém constantemente uma serena receptividade. Tu serves, porque tu passaste um certo segmento da ponte entre as margens do Universo: entre a margem terrestre e a margem do poder do Divino. Tu passaste uma parte da ponte. E passar, atravessar esta ponte, é ampliar a intimidade com o Divino e diminuir a familiaridade com o humano. Isto feito de uma forma completamente simples, completamente chã, completamente clara, completamente macia, é este ser ampliar a consciência de que ele é emanação, prolongamento, parte de uma Entidade Infinita - vocês são parte de uma Entidade Infinita. E eu preciso de dilatar a minha recepção, de estabilizar a minha onda, os meus afectos, as minhas fricções - isto não é real. Isto não é real - e cultivar de uma forma crescente esta imaculada receptividade a uma Luz. À Luz que vem do interno. E saber que servir é ancorar essa Luz. Servir é funcionar como lenha para esse Fogo. Servir é doar o óleo do nosso ser a essa chama.
Então, não há nada mais simples do que servir! É o ser colocar-se no ângulo em que o Pai o utiliza e o abençoa. Ou, numa linguagem menos aparentemente religiosa, é o ser colocar-se no ângulo em que o Poder do Centro emerge sem distorção.
E isto faz-se, querendo. Faz-se, amando. Faz-se, lembrando-nos da nossa Realidade Profunda. Faz-se, concentrando.
E para que esta Luz possa ajustar-se, ou eu me possa ajustar à Luz, eu necessito de desistir, superar, expelir, algo muito definido em mim: que é esta ideia de que eu me possuo a mim mesmo. Então, nós já não estamos no ponto de possuir o outro. Isso era estudado no século XVIII. Isso já devia ter ficado para trás há trezentos anos. É esta consciência de que o indivíduo se possui a si próprio. Porque é esta ideia de eu, separado, que congestiona o conduto de vida entre o teu ser e a Entidade Infinita da qual tu és parte.
E a qualidade invocadora desta desistência do pequeno eu, desta superação do pequeno eu, a qualidade invocadora disto, necessita de atravessar a rede mecânica do quotidiano. Necessita de romper com o sistema nervoso comum!
Por detrás do sistema nervoso comum, existe um sistema nervoso alternativo. O sistema nervoso que ancora a Luz. Então, o próprio sistema nervoso, ele é um espectro de sensibilidade e de operações de encaixe, deflagração, consciência... Ele é todo um espectro! E se eu vivo na superfície do meu sistema nervoso, eu estou em fricção com as coisas. Eu tenho uma relação eminentemente eléctrica com o meio ambiente. É aquilo a que os ocultistas chamam o fogo por fricção: o meu sistema nervoso está estimulado e atento ao meio ambiente. Contudo, ele é uma vítima do meio ambiente. Ele assimila o que o meio ambiente lhe impõe.
E nos níveis profundos do nosso sistema nervoso - notem que eu estou no nível bem tangível, bem material, bem eléctrico. Isto não é uma coisa metafísica supracorporal. Isto está no teu corpo - por detrás destas reacções nervosas, que o tempo todo emergem como pipocas, então, tu tens esse sistema nervoso alternativo - hiperestável! E esse sistema nervoso alternativo não responde a nada, que não venha de cima.
Isto significa, que eu posso levantar o meu braço com o meu sistema nervoso comum, ou posso levantar o meu braço com o sistema nervoso oculto. Com o sistema nervoso alternativo. Com o sistema nervoso criado, que está cá, para ancorar a Luz da Alma. É o mesmo braço. É o mesmo movimento. Mas a energia libertada nesta película, que retém a memória da qualidade do gesto, ou seja, o plano etérico - que é como que um plano akáshico, que nós constantemente reimprimimos com a nossa intenção profunda... O plano etérico não reage a nada ao que o indivíduo julga que está a fazer. Reage ao que o indivíduo está a fazer. Não ao que a mente dele acha que está a fazer, mas ao que efectivamente, do ponto de vista da energia pura, ele emana de si. O plano etérico é activado pela qualidade da intenção no seu nível mais secreto. Pela intenção de cada acto. O plano etérico é activado pela verdadeira motivação.
Se uma lavadeira faz uma casa, e planta uma horta, tendo como verdadeira motivação criar espaço para o Divino... - a motivação na superfície da consciência da lavadeira pode ser que ela queira fazer uma casa por causa do frio. Mas, se é um ser de uma certa qualidade interna, pode acontecer, no fundo, quase sem ela saber. Por isso se fala de um nível semiconsciente em nós, que é um nível onde nós temos as verdadeiras motivações do que fazemos. E é um nível em que, com um pouco de introspecção, e... está claro.
E esta lavadeira, se a verdadeira motivação dela é criar um espaço para a descida da Luz, então ela não fez uma casa. Ela fez um templo. Porque o éter, essa película invisível que constantemente transforma em energia os nossos actos, e que fixa como uma película fotográfica a qualidade da nossa vibração... a verdadeira intenção é que fica impressa no meio ambiente. Um ser pode fazer um templo, mas se a motivação semiconsciente dele é sobreviver com o dinheiro que aquele templo gerar, então ele não fez um templo. Ele fez um supermercado, do ponto de vista vibratório. E o que irradia a partir dali, é a tradução, em termos etéricos e em termos de energia e movimento, da intenção profunda. A intenção profunda é um qualificador de campo.
E o vosso campo, isto é, estes cinco metros à vossa volta, à volta de cada um de vocês, sempre está saturado da intenção profunda. Da intenção semiconsciente. Da verdadeira intenção de um ser.
E esse sistema nervoso alternativo, essa outra electricidade tridimensional, ela está disponível!
Mas eu preciso de optar, com o fulcro da minha consciência, se eu quero fazer esse gesto com o meu sistema nervoso normal, ou se eu quero fazer o gesto com o meu sistema interno.
Esse transportador de força pode pôr uma mulher a andar à volta do mundo, a pé, durante anos, sem se cansar - como é o caso da chamada peregrina da paz. (Que morreu há uns anos atrás). É tão potente quanto o que nós estamos aqui a falar. Ela, um dia, levantou-se e disse: Eu vou percorrer o planeta a pé em nome da paz. E vou falar da paz. Se isto fosse feito com uma motivação subespiritual, ela cansava-se assim que chegasse a Madrid. (Ela vinha de França, ou da Holanda). Como isto foi feito com a correcta motivação, como uma motivação espiritual limpa estava presente, então, o outro sistema nervoso foi posto em movimento, e ela não se cansou. Não se conseguia cansar. O corpo tinha os seus limites, mas regenerava a uma velocidade anormal.
E é assim com a vida. Ou eu vou viver esta existência, tendo como ponto de partida a grande Aventura Cósmica, e eu vou com isso activar, gradualmente, esse sistema nervoso paralelo... - isto é, ele convive, ele fisicamente é o mesmo. São os mesmos prolongamentos nervosos do corpo. Mas a química é completamente diferente! E a energia descarregada para o corpo é completamente diferente! A energia que eu recebo, tendo como motivação a sobrevivência e o medo, é um centésimo! Eu recebo, mas é um centésimo da energia que nós recebemos, quando temos como motivação a Luz. Então tu estás cansado, porque tu não tens como motivação, ainda, a Luz.
Quando um ser se convoca para ser transmissor de Luz, ele já sabe que vai ser virado do avesso! Não é?! Não vai ficar pedra sobre pedra! Quando um ser se autoconvoca para servir a Luz, se isto é real, se isto é nascido no Centro, se vem do Centro, e se ele diz um sim que tem a escala do seu Amor à Vida, então há aqui uma reconversão kármica total. E há uma transformação completa do seu livro da vida. O que ele vai viver a seguir é inesperado.
E se isto acontece a partir da única sinceridade que nós precisamos de reencontrar hoje, a sinceridade com o Centro, com o Divino em nós..., se isto é real, ele recebe ondas de Energia! Ondas de Alegria! Ondas de Visão! Ondas de Luz! Isto é: ele recebe asas!
E ele é todo desestruturado de uma forma belíssima!
Primeiro, ele não é desestruturado pela sua intenção, nem pelo seu conhecimento, nem de uma forma em função da qual ele possa estabelecer um mapa e uma trajectória. Ele nem sequer sabe a forma como é desestruturado. Ele simplesmente compreende que está a ser transformado numa escala, que não é a escala psicológica comum. Na escala psicológica comum, nós passamos de frustração para satisfação. De insegurança para segurança. De controle dos outros para entregar os outros. De auto-rejeição para auto-aceitação. De prepotência para humildade. Isto é o trabalho psicológico comum. E estas são as transformações psicológicas possíveis.
Mas quando um ser chega ao branco dentro dele - não é o azul, nem é o amarelo, nem é o violeta - é quando ele chega ao branco transparente, à vibração cristalina dentro dele, e compreende no âmago do seu ser a proposta do Infinito ao homem, ao microcosmos, quando ele compreende esta possibilidade, é uma morte e um renascimento. É um nascimento. É um baptismo e um nascimento. Um nascimento e um baptismo.
E aquilo que era o desenvolvimento normal dele, em termos humanos, é interrompido pela descida daquilo que ele é numa dimensão superior, sobre aquilo que ele está sendo numa dimensão terrestre.
Hoje, servir é intimamente procurar a nudez perante a Luz que vem do Centro. A nudez perante a Luz. É deste tipo de coragem cósmica que nós estamos a falar. E a Luz é o agente que dissolve a História. Que dissolve o estado em que o Planeta se encontra. O nosso Planeta é um Planeta obscuro.
Este grau Luz mais profundo, não é a luz das boas intenções, nem a mera luz de uma aspiração a evoluir. Isto, aqui, é um culto do profundo poder de ser. De ser o que o Pai pensa para nós. Ou seja, reencontramo-nos de novo com aquele adágio evangélico do sede perfeitos, como é perfeito o Pai do Céu - esta chave de estar ligado a uma realidade que vai varrendo, suavemente, o que não corresponde à vibração.
E essa união com a Luz implica a remoção - como se disse há pouco, a expulsão - da parte do ser, em que ele se exerce a si mesmo. Existe um sacrifício. Um sacrifício sem forma. Não há nenhuma forma exterior para este sacrifício. É todo interno.
Mas esta nossa estrutura ansiosa, e que quer sempre ver alguma coisa acontecer, ela precisa de dilatar. O nosso metabolismo é incompatível com a Luz, 90% do tempo. Nós vivemos hiperacelerados! Nada de novo...
Então, este servidor está precisando de descobrir um metabolismo, um regime, uma velocidade nova. Como um terminal, ele precisa de aprender a receber o que vem de dentro.
Da mesma forma que nós fomos educados, durante anos, para receber o que vem de fora, agora ele precisa de aprender a receber o que vem de dentro. E, portanto, ele precisa de aprender a polaridade feminina da consciência. Ele precisa de se transformar sempre num espaço, onde é colocado algo que não é daqui. Não é da nossa dimensão.
Ou seja: ele precisa de trabalhar o esvaziamento, a superação do que ele sabe, do que ele tem, do que ele acha... Ele precisa de chegar à condição na qual ele compreende que o caminho espiritual não tem nada a ver com informação. Nem com nova informação. Nem estar à espera de mais uma novidade. Ele precisa de estar perante algo, que não é novo, que nada acrescenta ao que ele já sabe, que não alimenta a mente dele, que não produz aquela sensação de expansão mental..., e estar, simplesmente, recebendo algo que não vem para a mente. Algo que não vem para preencher a sua parte humana. Porque, quando ele está num trabalho espiritual, esperando algo de novo no plano mental, ele poderá estar a perder a percepção do eterno, no plano intuitivo.
O trabalho de um servidor é fortalecer esta consciência entre dois mundos. Esta consciência entre duas esferas. É activar o transporte de Luz entre esferas. O servidor não é um teólogo. Não é, necessariamente, um erudito em termos esotéricos. Com certeza que essas coisas não atrapalham! Mas um servidor é um transporte entre esferas. É um consolidador da ponte entre esferas.
Como é que nós vamos fazer isso? Com mais uma conferência sobre os Mundos Intraterrenos? Com mais uma conferência sobre a nova química do sangue? Com mais uma conferência sobre o novo código genético? Com mais informação sobre os Conselhos Intergalácticos e a inspiração extraterrestre que neste momento é dada ao homem?
Não. Isso é um trabalho de expansão mental. De dissolução dos cubos de gelo, em que o fluxo mental se transformou na nossa mente. O congelador racional transformou o fluxo mental em cubos de gelo. Óptimo! Matéria mental precisa de forma. Precisa de limites. Mas há um momento em que este gelo tem que aquecer um pouco, e outras formas mentais mais expandidas virem ao de cima. É isso que se faz numa conferência sobre os Mundos Internos, por exemplo.
Eu preciso de chegar a uma condição, em que eu compreendo o trabalho; eu vivo o trabalho. E quer haja um chuveiro de nova informação, quer não haja, não interessa! Porque não é o trabalho! O trabalho é tu seres, é tu vibrares esta Luz entre mundos! É tu não seres daqui. E, ao mesmo tempo, funcionar aqui, como qualquer executivo de qualquer multinacional.
Mas o indivíduo tem que descobrir que ele é um terminal do Infinito!
E activar esse sistema nervoso oculto, a partir do qual o Fogo Solar pode ancorar. Não o fogo por fricção. O fogo por fricção encontra-se abaixo do diafragma. O Fogo Cósmico encontra-se situado, sobretudo, em torno da cabeça. E o Fogo Solar encontra-se na região cardíaca. Notem que, quando se diz região cardíaca, não se está a falar exactamente do coração. É todo um espelho que existe nesta zona, do qual o chakra cardíaco é um aspecto. Mas é todo um espelho! Toda uma central imaculada de recepção do sentimento de Deus para todas as criaturas! Nós temos essa central de recepção do sentimento do Pai.
E como um terminal do Infinito, tu vais bombeando Luz para dentro da Terra. Como um diafragma entre dimensões. E eu necessito de deixar ir toda esta mancha, toda esta massa subdiafragmática... Isto precisa de ser solto! Nota: não precisa de ser chutado, nem destruído..., precisa de ser solto! Tudo o que tu és, desta região aqui, para baixo, é passado. Do ponto de vista cósmico, o presente, actualmente, encontra-se na região cardíaca. Porque o presente, para a Confederação Intergaláctica, encontra-se no oitavo chakra. É o presente deles. Mas o nosso presente, que em tempos foi o segundo chakra (há dez mil anos atrás, e que depois foi o plexo solar...), hoje, o presente é a região cardíaca. É este centro... Esta é a fortaleza por conquistar! É a cidadela não conhecida. Esta zona é a zona que não foi ainda conquistada. Nós não temos, ainda, uma humanidade do coração. Temos uma humanidade da acção. Do poder. Do poder social. Uma humanidade que faz sínteses de medos anteriores (plexo solar), sínteses das grandes limitações. Temos uma humanidade que sabe muito sobre estar neste planeta, e não sabe nada sobre sonhar com o Novo! (Estou a falar em termos gerais.)
Continua...
Um Encontro Com André LouroBelém, 25 de Janeiro de 2002
No hay comentarios:
Publicar un comentario